segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O DESCONHECIDO “PACTO LIBERAL” DE 1908 ENTRE REPUBLICANOS E MONÁRQUICOS. A SUA ACTUALIDADE .



UM NOVO PARADIGMA DE INTERVENÇÃO

Em 6 de Outubro de 1910, telegrafando o fim da Monarquia para a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, Eduardo Schwalbach escreveu com uma ironia de fel: «Ao cabo de longos e porfiados esforços, os monárquicos acabam de implantar a República em Portugal.»

Em Abril de 1908, pouco depois do regicídio, dois dirigentes republicanos e um áulico da Corte de D. Manuel II congeminaram, em casa de Bernardino Machado, um pacto de tréguas que convinha às duas partes: exonerando os republicanos da má fama de envolvimento na matança do Terreiro do Paço, daria à Monarquia o “benefício da dúvida” e ao regime um último fôlego, tão necessário no início do novo Reinado.
Apesar de acarinhado pelo jovem Rei e apoiado pelo primeiro-ministro, o pacto foi frustrado nos corredores do Poder pela feroz oposição de um dos líderes monárquicos; e a sua inviabilização esteve na origem da opção revolucionária dos inimigos do regime, que acabaria por conduzir à instauração violenta da República, em 5 de Outubro de 1910. Apesar da sua importância para a compreensão do processo republicano português, o “Pacto Liberal” (como então se lhe chamou) tem permanecido até hoje omisso na história “oficial” do período. É dessa trégua gorada que este livro se ocupa, documentando os últimos dias de um regime condenado pela cegueira de muitos e pela ambição de alguns.
Muitos são os pontos comuns que facilmente detectamos, entre a situação que se viveu nas primeiras e segundas décadas do século XX e a que se viveu nesta primeira década do século XXI.
Talvez por isso, reconhecemos que a tarefa fundamental e prioritária do monárquicos hoje em dia é , promover a criação das condições necessárias para ajudar os republicanos de uma vez por todas, a exonerarem-se da má fama e má consciência que carregam, consequência de todos os acontecimentos verificados nestes cem anos da sua governação, caracterizada pela violência e terror, pela opressão e ditadura , ou ainda , pela traição ou pelo despesismo e corrupção , celebrando um novo PACTO, este não liberal, como então se pretendeu chamar ao Pacto de 1910 , pelo que este novo PACTO será celebrado , no interesse do Povo, para o Povo e pelo Povo através das suas formas de representação: os Partidos Políticos democráticos .
Nos termos que preconizamos , o Regime vigente será alterado nos seus aspectos gerais, no sentido de serem criadas as necessárias condições legais para uma pacífica e harmoniosa transição para o Regime Monárquico, implementando-se deste modo em Portugal uma Monarquia, moderna, capaz e adaptada aos condicionalismos próprios do século XXI e criando-se, deste modo a capacidade de se iniciar um novo ciclo de prosperidade .

É , nesta perspectiva que continuaremos a fazer aproximações e a afirmar a nossa disponibilidade para trabalhar com todos partidos políticos democráticos e demais instituições, organizações e movimentos cívicos, formais ou informais, de todos os quadrantes do pensamento político ou credo religioso. É também nesta perspectiva que questionaremos e combateremos todas as acções e todos aqueles que defendam a aproximação à maçonaria ou organizações similares que tenham ou desenvolvam acções tendencialmente baseadas no secretismo .

Um PACTO DE REGIME, "PACTO PARA O FUTURO " semelhante ao" Pacto Liberal " é possível se todos nós , o quisermos.

Criticaram-nos aqueles que têm da Monarquia uma perspectiva retrógada e totalmente desinserida da realidade.
Fomos chamados de traidores e jacobinos por defender novos paradigmas de actuação e porque defendemos que em todos as áreas, do social ao político, ou ao empresarial, ninguém pode estar, ou querer estar, ao abrigo ou acima da crítica.
Criticaram-nos o facto de defendermos a aproximação aos Partidos Políticos democráticos, esquecendo-se que estes são formas democráticas e organizadas de representação popular e que a nossa acção tem de se desenvolver no seio do Povo, com o Povo e com as suas organizações.
Insinuaram que tínhamos objectivos políticos.
E temos!
Temos objectivos políticos se considerarmos que ser político é ser interveniente em tudo o que é relativo aos negócios públicos ou respeitante ao conjunto de elementos culturais e estruturais, intínsecos, à nação autónoma e que definem a política sendo que a política é a sistemática das diferenças e semelhanças de um grupo social, eticamente definida por princípios de autoridade, assentes nas estruturas de suporte de poder que é aplicada a uma sociedade em estado autónomo.
Recusar esta realidade é a demonstração de uma atitude tacanha, pequena e retrógrada, própria de ditadores e opressores que temem permanentemente o outro, logo a liberdade do outro e que em nada aproveita a nossa missão, nem o país e que temos e devemos combater com todos os meios ao nosso alcance.
Importa no entanto fazer uma precisão: não fazemos política monárquica ou seja aquela que tem a ver com sucessões e pretensões, assim como não fazemos política republicana, ou seja partidária.
Fazemos política de Regime e nesta conformidade defendemos como foi exposto, a transição do actual regime republicano, para um novo regime monárquico.
Defendemos um novo paradigma de regime que podemos caracterizar como um regime do rei e a res publica , ou como alguém já disse uma vez, um rei rodeado de republicanos.
Os partidos políticos ,o parlamento e o governo são instituições desacreditadas.
Mas reconhecemos que são importantes para a governação democrática da coisa pública e nesta conformidade iremos, nalguns casos abrir novas vias , noutros, manter e aumentar o diálogo que ora estamos a começar.

É a nova capacidade de confiança , baseada na honestidade , na lisura de processos e na competência que trazemos e oferecemos de boa fé e com espírito de participação e salvação nacional, aos actores da coisa pública na actual situação de desconfiança generalizada que macula quer as instituições, quer as pessoas, sem diferenciar, órgãos , hierarquias ou doutrinas políticas, dando-lhes, deste modo e pela nossa participação enquanto monárquicos, num novo regime , a capacidade de regeneração que dará a esses agentes, num novo regime, um novo fôlego, para o inicio de uma nova caminhada para um futuro mais promissor e mais próspero, para todos os portugueses e portuguesas.
Lisboa,segunda-feira, 11 de Janeiro de 2010
PLATAFORMA MONÁRQUICA DA ESTREMADURA
NÚCLEO DE CASCAIS DA PLATAFORMA MONÁRQUICA DA ESTREMADURA

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